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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Enquanto eu andar.

Hoje tenho 22 anos, faço a faculdade que escolhi, trabalho e moro com os meus pais. Tenho um namorado que mora longe, alguns amigos e algumas amigas de infância ou não; saio esporadicamente, durmo menos ainda, estudo demais, sonho mais ainda e tenho alguns medos. Meu quarto é rosa, meu celular e outros objetos também; as vezes almoço na minha avó e outras vezes sozinha. De vez em sempre tenho crises de raiva, de stress e de choro; há momentos em que eu queria estar no meio de mil e uma pessoas e em outros isolada em meu mundo. Ouço quatro mil e setecentas vezes a mesma música, escrevo quinhentos textos, lembro cem mil vezes das pessoas que me marcaram e choro oceanos quando bate aquela dor no peito. Penso demais antes de mudar ou escolher o caminho e na maioria das vezes permaneço no mesmo. Seleciono as minhas amizades, perco a paciência, o rumo e a vontade, grito quando estou apavorada, dou gargalhada quando não pode, tenho sonhos esquisitos, desejos anormais e sou complicada. Tomo banho de chuva, tiro fotos, desenho no espaço, vejo desenho nas nuvens, como besteiras, fujo do mundo e rasgo as velhas cartas. Quando durmo tarde e acordo cedo, fico muito irritada, agressiva e falo coisas que as pessoas nem sempre gostam de ouvir; ganho colo da minha mãe quando estou triste, conselho do meu pai quando estou perdida...hoje planto as sementes de amanhã e planejo as novas sensações. Amanhã terei 35 anos e pode ser que tenha muitos feitos, ou não! Talvez eu esteja feliz com a vida que escolhi hoje ou ainda esteja ouvindo 'Épitáfio' e me questionando porque não mudei a rota quando tive chance. Pode ser que eu esteja casada, com 3 filhos e no meu apartamento planejado; ou ainda pode ser que eu esteja sozinha, viajando pelo mundo e sem um lar fixo...
Queria eu poder ter certeza que as escolhas de hoje serão as melhores de amanhã sem ter que arriscar o meu futuro e o futuro das pessoas que estarão comigo.

Escrito por Naty Iasmin que ontem dormiu tarde e hoje acordou cedo, o resto você já sabe! 

2 comentários:

Adriana Sousa disse...

Minha querida Naty

O caminho se faz ao caminhar. Quando tinha a sua idade, sonhava em ser uma profissional de sucesso, estar casada e com quatro filhos aos 35. Nada disso aconteceu. Mas viajei o mundo, vivi experiências, conheci pessoas, adotei cachorros... Meus planos de menina se foram na cachoreira da vida, mas minhas conquistas de mulher marcam muito, e sempre, e com amor. Não me arrependo de minhas escolhas. Tenho muito tempo pela frente para escolher de novo, novos caminhos sempre há para caminhar.

Lau Santangelo disse...

Naty. Parabéns pelo seu belo texto reflexivo.
Percebo uma certa nostalgia e insegurança em suas palavras, quanto às decisões que precisamos tomar ao longo da nossa vida e que independem do nosso querer. A todo momento fazemos as nossas escolhas. Uma dica interessante para não tornar a vida complicada e cheia de pequenos traumas, é não viver os pensamentos a partir das possibilidades deixadas para trás.
O tal do "se" pode ser o nosso maior inimigo, porque a sua idealização passa pelo filtro da perfeição já que essa situação nunca será vivenciada. Esses pensamentos servem apenas para contaminar a nossa realidade. Viva o hoje e tome as suas decisões pensando no máximo em um futuro próximo, senão correrá o risco de não viver o presente tentando idealizar o melhor futuro. A vida é cheia de presentes, no duplo sentido da palavra mesmo, e a nossa felicidade depende exclusivamente de nossas escolhas e da nossa capacidade de viver plenamente cada uma delas. Portanto, não se preocupe com seus pensamentos antagônicos e não dê importância maior do que merecem, porque eles irão conviver com você por toda a vida. Beijos com carinho. Lau Santangelo