Pages

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Complexidade

Diferentes nos sonhos, diferentes nos medos, nas alegrias e nos sentimentos! Pessoas com forças e vontades, pensamentos e estratégias, simplesmente diferentes. E o que podemos ver é cada um na sua individualidade se expressar... não como achamos que seria certo, mas como se acha ser certo! Daí podemos concluir que não existe certo e errado, uma vez que dependerá do olhar e interpretação dos mesmos. Ontem antes de dormir e após uma sessão nostálgica de cinema, me deixei derramar lágrimas, lágrimas que há muito estavam presas prontas para serem descarregadas a qualquer momento, bastava um olhar ou uma palavra, mas o que as impulsionou foi um filme, um filme("Sempre Ao Seu Lado") com uma sensibilidade inimaginável. Sai da sala de cinema aos prantos, como uma criança pequena que se vê sozinha em algum lugar ou como um doente terminal que espera seu fim, ou ainda como uma pessoa que perdeu seu grande amor... chorei no caminha de volta pra casa inteiro, comecei a pensar em minha vida, nas pessoas que estão ao meu lado, nas coisas que fiz, faço e terei que fazer; pensei também nos meus sentimentos e na maneira que os demonstro. Senti medo, saudade, vontade, tudo isso não sei porque e nem como! Tentei me controlar e percebi que naquele momento isso era praticamente impossível, minha alma estava falando com o mundo e nem ao menos sei se ele conseguia escutá-la. E num ato impotente de conter minhas lágrimas, as deixei cair... molhando minha face, meu pescoço, meu cabelo e até mesmo meu colo. Não sabia como expressar com palavras ou atitudes o que sentia, era uma mistura de angústia com falta... angústia por não saber o que fazer do meu amanhã, sabendo que o que fizesse hoje seria apenas o reflexo de amanhã, logo se errar terei de começar de novo.... falta, a falta de pessoas,coisas e momentos que não pretendo aqui citar uma vez que poderá me deixar com lembranças não muito boas.Entrei em meu quarto e peguei uma velha caixa de recordações que guardo a muito tempo, e revi fotos, cartas e momentos de pessoas que fizeram parte da minha vida em algum momento... pessoas que já se foram (ou como diria Guimarães Rosa " já ficaram encantadas"), pessoas que entraram em minha vida, permaneceram por um tempo e continuaram caminhando, pessoas que ainda estão em minha vida, mas que não mais as vejo, pessoas que nem chegaram a entrar direito em minha vida, mas que de alguma maneira deixaram contribuições nela! Então pude chegar a conclusão de que não adianta, chorar pelo passado, presente ou futuro; não há como voltar o que passou, nem fazer duas vezes o que se faz e muito menos prever o amanhã... as pessoas vão ir e vir em nossos caminhos e caberá somente a ela decidir se devem ficar ou não, se vão gostar de você ou não, e o principal se vão te mostrar sua alma ou se simplesmente vão se deixar ocultas. Cada um com seu jeito de expressar seus sentimentos.... com sua maneira de enxergar a vida... com seu modo de fazer o outro feliz! Assim, com tantas diferenças penso que as pessoas na verdade não se completam e sim se SUPLEMENTAM, ou seja, acrescentam umas as outras. E até que ponto deveríamos abrir mão de algo para fazer outros felizes? Até que ponto poderíamos mudar alguma mania, costume próprios por outra pessoa? Será que valeria a pena mudar algum caminho, algum jeito de ser? Talvez deveríamos sair de nossas molduras, e nos remodelar; deixar os medos e desculpas mínimas, mas apenas tentar ser diferente! Pensar mais nos outros, na natureza, em Deus, na vida! O que queremos para o amanhã? O que sinto por fulano(a)? Seria eu capaz de mudar por ele(a)? O que posso fazer para melhorar o mundo? Estou sendo eu mesmo(a)? E as minhas perspectivas de vida? E blá blá blá... Chorei uma boa parte da noite, até que enfim adormeci... e sinceramente ainda sinto uma vontade de chorar, acho que estou lavando a alma. Pois quem sabe assim, posso me remodelar. Não quero ser algo constante e moldado eternamente, e como diria Raul "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". É isso temos que ser uma METAMORFOSE sempre! Temos que ser como a água que corre de acordo com os obstáculos e nunca é a mesma, nem em mil anos! Sem medo de mudar, de ser feliz e de fazer outros felizes... é como uma lagarta que se fecha em um casulo e se transforma em uma linda borboleta... a mudança dói, mas no final... Ah! No final... colherá os frutos da sua ousadia de mudança. Finalizo, após essas palavras desconexas, que eu acredito na capacidade, de serem diferentes a cada dia, das pessoas; bastando apenas é claro a vontade própria...


Por Natashe Iasmin
ao som de Jota Quest e Raul Seixas

Nenhum comentário: