Hoje quando acordei tive uma sensação diferente, uma sensação que por muito tempo não quis ter.Era tão estranho pensar que a maioria das minhas verdades nunca te contei, mais estranho ainda saber essas verdades são mais estranhas do que a própria sensação de suas existências.Não sei se deveria revelá-las,na verdade,talvez fosse melhor deixá-las implícitas nas minhas atitudes,falas e vozes; meus olhares perdidos, meus pesadelos noturnos e naquela ligação adormecida. Só que em determinados momentos sinto que essas verdades são tão suas quanto minhas e não tenho o direito de guardá-las naquela caixinha colorida guardada em meu armário de borboletas também coloridas. Não sei se você sabe mas todos os dias choro, e não é aquele contido.É engraçado que quando percebo as lágrimas já estão molhando meu pescoço; pescoço esse beijado tantas vezes por você,hoje ensopado de saudade.Sabe, você também nunca me ouviu dizer que todas as vezes que te acompanhei, com os olhos, virando a esquina pra ir embora na verdade não eram os meus olhos que te acompanhavam, e sim meu coração tentando fugir por eles pra não sair de perto do seu. Teve uma vez que brigamos, e também não te contei no tamanho do medo que senti de você. Medo do seu descontrole causado pelo mesmo motivo da briga; sendo assim também não te contei que esse é real motivo por eu contar tantas vezes a mesma história em seus ouvidos e nos de Deus na esperança de que meu pedido seja ouvido e atendido. Não é uma questão de não aceitação, mas é uma questão de saber quais as consequências que posso e podemos ter com aquela que não quero nomear aqui. Muitas pessoas já sentiram o peso dessa escolha e eu não quero ser mais uma dessas.
Aquela noite que passei em sua casa, você nunca soube mas, eu não dormi um minuto sequer, velei seu sono. Sabe quantas vezes peguei no telefone pra te ligar e não liguei? Aproximadamente 319. E sabe quantas eu quis você aqui? 1.986. Quantas músicas ouvi pensando em você? 657. O número de vezes que senti raiva? 11. Medo? 2. Saudades? 2.357. Isso sem contar os números que não mencionarei por motivos de matemática. É verdade que por várias vezes não fui a melhor pessoa do mundo, mas na verdade, nunca quis ser. E por mais que eu tentasse reparar os meu erros, sei que uma parte deles ficaram, ficam e ficarão armazenados em sua memória; o que me entristece é saber que, com isso, meus acertos perdem espaço e você acaba por esquecê-los. Inúmeras vezes ouvi você me dizer para te deixar em paz, que sentia raiva de mim, que eu era chata e inconstante, que te pressionava. Tantas outras vezes me pedia pra não cometer os mesmos erros que você cometeu; mas não consigo entender porque insiste em cometer os erros que cometi. O que me torna tão diferente, que os seus conselhos pra mim não se aplicam a você? Penso que se não devo repetir os seus erros, você também não deveria repetir os meus.
No início não acreditávamos que chegaríamos onde chegamos e hoje não quero não acreditar que chegaremos mais adiante. Lembra-se? Éramos tão imaturos e iniciantes no quesito amor, tínhamos medo de demonstrar, de sentir, de querer e até mesmo de viver. Fico pensando qual a intenção da vida com toda essa história; daí chego a conclusão de que é a mesma que hoje me faz escrever.
Antes cada um teve vidas tão opostas que até hoje algumas pessoas me questionam como foi que nos encontramos. Sei que já vivemos tantas outras histórias que acreditávamos ser de amor, mas que na verdade, pelo menos as minhas, não eram. E isso posso afirmar com tanta certeza quanto a que me faz acreditar que amanhã o Sol estará em minha janela me despertando timidamente.
Não gosto e nem vou imaginar quais músicas, apelidos, sonhos e gostos de fato são só nossos. Ou talvez quais palavras só eu ouvi.
Depois de tantas tempestades, das quais sobrevivemos juntos; vejo um céu que começa a se abrir límpido e azul. Algumas borboletas começam a voltar para as flores e os pássaros já ensaiam a música alegre que embala os nossos ouvidos. Hoje tudo o que eu preciso é me sentir segura, amada e querida; hoje gostaria que os velhos bons tempos voltassem a reinar, e, que o maus tempos fossem embora de uma vez por todas. Não quero que as doces palavras e atitudes que saíam de você, se transformem em meras lembranças.Não quero sonhar sozinha. Não quero ficar sem você e nem ver nosso castelo abalado por fortes ventos e terremotos. Não quero ouvir mais aquelas palavras cobertas de ódio, raiva e agressão. Não quero mais ouvir suas promessas sem datas ou planejamentos. Não quero mais tê-lo ao meu lado, se não for por sua própria vontade ou escolha. Estranho isso né? Você deve se lembrar que uma vez te disse que seria capaz de deixá-lo partir, caso percebesse ou tivesse a certeza de que seu sorriso não era mais verdadeiro; ou talvez se as borboletas que antes residiam em seu estômago tiverem morrido; ou ainda se aquela melodia não te trouxesse mais, a minha imagem;
Após tantas verdades, não me resta outra opção a não ser torcer para que mais cedo, você encontre as respostas para as suas perguntas. Espero que ainda restem algumas borboletas e que de fato que os ainda sejam maiores que as lágrimas.
Vou mais uma vez acreditar que todo o sentimento que plantamos ainda esteja vivo e pronto para frutificar; vou acreditar também que amanhã quando eu acordar, encontrarei aquele príncipe que a um tempo atrás me deixou na estrada esperando sua volta.
Espero que ainda queira chegar ao meu coração...só posso percorrer metade do caminho e levar metade da responsabilidade...
Escrito durante uma conversa de espíritos...
3 comentários:
Belíssima postagem, Naty!Uma vez mais, suas palavras são exatamente aquilo que eu ansiava em expressar, mas não conseguia...Fico feliz em saber que, apesar de vivermos momentos difíceis, continuamos em sintonia, mesmo à distância... Partilho com vc tudo o que disse, estou vivendo exatamente a mesma situação...
Blog encantador,gostei do que vi e li,e desde já lhe dou os parabéns, também agradeço por partilhar o seu saber, se desejar visitar o Peregrino E Servo, ficarei também radiante
e se desejar seguir faça-o de maneira que possa encontrar o seu blog, porque irei seguir também o seu blog.
Deixo os meus cumprimentos, e muita paz.
Sou António Batalha.
Pq dizer que entende e depois não querer mais falar comigo?
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